22.

 
Começo a escrever este texto ao som de 22, da Taylor Swift. Ainda adolescente, achei que os meus twenty-two demorariam para chegar, afinal, a minha década 10 sempre passara devagar. No entanto, com a chegada da década seguinte (oi, vinte aninhos!), a ficha finalmente caiu de que o agora logo se tornará passado e que não há tempo para deixar experiências passarem — a menos que seja para criar novas, que são sempre bem-vindas. Ousaria dizer que essa é uma das razões pelas quais estou aqui: para satisfazer o desejo incessante de registrar o maior acontecimento que poderia existir em um cenário pandêmico, senão mais um aniversário a caminho.

A chegada de um ano pessoal sempre fora muito significativo e nos últimos tempos eles passaram a adotar mais um significado. Com o maior dos otimismos, sempre acreditei que o melhor estava por vir (e de fato estão, caso você se questione), mas minha perspectiva ainda pequena sobre a vida não me permitia enxergar que com isso, traumas emocionais, feridas abertas, inquietações internas, muitas vezes adormecidas emergem à superfície com toda força. 

Em uma dessas minhas voltas pelo Sol, pude senti-los com toda força e intensidade, o que me faz chegar a mais uma conclusão sobre celebrações de vida: 

    
 Tão quanto é delicioso celebrar o frescor de novas oportunidades, assim o é acolher todas as marcas e cicatrizes que nos constitui.


O processo muitas vezes é arrebatador, e por isso tão extraordinário
ao passo em que nos faz revirar as entranhas, exige que tomemos uma atitude diante da vida, que a encaremos de frente e com firmeza (não dureza) para que o novo possa, enfim, fazer morada. Sem sobressair toda e qualquer experiência que tenhamos vivenciado. Que não nos esqueçamos também que são as inexperiências que nos permitiram crescer e fazem datas como essa tão aguardadas: elas carregam com si quase que uma necessidade de, a cada ano, realizarmos um crivo denso e minucioso de todas as fases, momentos e ambientes em que deixamos um pedaço de nós.

Este é um texto para a posteridade. Talvez para os próximos meses, quando eu estiver sem forças em mim mesma, no meu destino ou no mundo; para os próximos 5 anos, quando eu estiver entre amigas papeando sobre quão delicioso era vivenciar os meus 21 anos, ainda sem tantas responsabilidades, ou para um futuro tão distante que não sou capaz de prever. A partir do momento em que esta postagem for publicada, o que sinto e, portanto, escrevo não serão só mais meus. Uma vez lançados na Internet, estão passíveis de você, caro leitor, compartilhá-los junto a mim.

Como fui feliz aos 21.

Fui do céu ao inferno em 365 dias. E do inferno ao céu também.

Me perdi tantas vezes que acabei encontrando um novo caminho.

Uma nova carreira. Um novo passo que estou prestes a dar.

Um antigo amor: o próprio. Que com carinho e dedicação diários estão crescendo e mantendo-se firmes diante de tantos questionamentos e incertezas.

E entre os presentes mais especiais que pude receber ao longo de toda a vida, foi aqui em que obtive os mais valiosos diante de uma pandemia que perdura por dois anos: a minha primeira dose da vacina contra o COVID-19 (dois dias antes do meu bday!) e a remissão de câncer de mama da minha mãe.


Para o ano que me espera, desejo sede de viver. Como jamais vivi. Anseio por momentos que me façam pensar talvez não devesse fazer o que estou prestes a fazer agora, pois certamente serão eles que logo virão à mente quando me puser em frente ao computador para redigir um novo texto as vésperas do meu futuro 30 de maio. Por ora, me despeço dizendo que o que ainda virá será vivenciado com tamanha intensidade tal qual as circunstâncias permitirem e eu já espero ansiosa para documentá-las em uma folha de papel. Ainda que ela seja substituída por uma página em branco de um lugar repleto de nostalgia quanto o Cartas para Carolaine.

    
    Para receber com muito carinho o meu aniversário, preparei uma playlist mais do que especial com algumas das músicas que                      mais me marcaram ao longo da última década. Sinta-se convidado a se juntar comigo nessa festa!





Obrigada por estar aqui! <3

Com muito amor,
Anna.

Tracklist de n. 07 ao 12 · Julho à dezembro

    
     Hoje (02/03) faz um ano desde de que eu entrei na faculdade. Para saber mais sobre a minha história, clique aqui. Ah! Não
     esqueça de ler a publicação ouvindo a tracklist mensal.




Amadureci como nunca havia amadurecido. E, ainda que eu esteja no início dessa jornada, pela primeira vez, sinto que estou prestes a estar no comando da minha própria vida. Graças à ela: a vida adulta.  Trecho retirado da tracklist mensal de janeiro e feveiro.

Quando inciei a tracklist mensal, ainda em janeiro do ano anterior, estava com o coração repleto de gratidão e esperanças de que 2017 me traria todas as bençãos que 2016 não me trouxe. Hoje, já no novo ano (talvez não tão novo assim), posso dizer que 2017 me surpreendeu a cada dia. Ainda que tenha vivenciado um dia após o outro, tenham sido eles de calmarias e tempestades. De sossego e tranquilidade ou inquietação e alvoroço. Sintia-me numa montanha russa em looping infinito, sem direito a paradas para tomar um ar e, menos ainda, recuperar o fôlego.

Decerto que foi um dos anos mais marcantes e inesquecíveis da minha vida, daqueles que parecem cravar com ferro a fogo as minhas conquistas, as minhas batalhas, os meus anseios que, para o meu azar, viraram uma bela d'uma ansiedade, os meus medos, que pareceram virar um bicho papão, mas, como num fim de todo bom conto de fadas, ainda que moderno, foram superados pela personagem principal e, especialmente, o meu crescimento pessoal.

Tem sido difícil falar de tudo o que me ocorreu nos últimos meses. Esta é uma das razões pelas quais passei exatos quatro meses sem dar as caras por aqui.” Trecho retirado da tracklist mensal de março à junho.

Essa é uma citação retirada da última tracklist mensal, que cabe perfeitamente na situação atual. Tem sido difícil falar de tudo o que me ocorreu nos últimos meses. Talvez pela recência do fato. Talvez por ainda não tê-lo sequer começado a superá-lo. Talvez pela amnésia que insiste em me acometer e, por vezes, dá-me doses de lembranças de tudo o que ocorreu. O que posso dizer é que tudo aconteceu num curto espaço de tempo, cerca de 2/3 dias. De uma hora para outra. A princípio, tudo estava na sua perfeita normalidade. 24/7 conectada e fazendo uso de 100% do meu tempo. A rotina continuava a mesma, os meus hábitos também — exceto o meu comportamento. 

Estava sem pregar o olho há duas noites seguidas, ligada nos 220W. Já me aconteceu outras vezes, mas tudo não passou do quase. Do quase se estendeu para algo nitidamente maior, como deveras aconteceu. Pois bem, numa dessas madrugadas em claro, eu perdi totalmente a noção do tempo e dos fatos. A realidade parecia não existir. Estava vivendo dentro de um universo paralelo, aonde tudo era possível. Até mesmo os meus desejos mais profundos. Especialmente eles. Foi aí que eu surtei. E tudo ficou confuso e caótico. Eu não tinha a mínima condição de discernir aquilo que era real ou não. Nem mesmo se estava dentro de um sonho ou um pesadelo.

Os dias que se sucederam foram de um profundo vazio. Os meses também. Até algumas semanas antes. Não se sabe ao certo a causa, mas aposto minhas fichas num desgaste mental, possivelmente pelas barras que passei e venho passando nos últimos três anos. Percas, danos, falecimentos. Por meses fiquei devastada. Como se tivessem tirado de mim todas as forças que eu custei a adquirir. Não tinha ânimo sequer para fazer aquilo que eu mais amava: escrever. 

E parece que, na tentativa de equilibrar os meses anteriores, junho trouxe a calmaria que precisávamos. Espero que, de fato, o mau tempo tenha passado e levado consigo tudo de ruim que nos trouxe.” Trecho retirado da tracklist mensal de março à junho.

Agosto e setembro por fim ficaram para trás e os meses que se seguiram trouxeram consigo a esperança de um futuro melhor. O que de fato ocorreu, ainda que aos poucos, como toda recuperação costuma ser. Cinco meses depois posso afirmar que certas situações têm a permissão do Cara lá de cima, do Universo ou seja lá qual a divindade em que você acredita para acontecer, por mais dolorosas que sejam, para que aprendamos com elas e, sobretudo, para que não permitamos que elas aconteçam, em hipótese alguma, novamente.





Mas vamos falar do que é bãum? Vamos falar de música boa? A priori, teríamos uma playlist para os meses de julho à outubro e outra apenas para novembro e dezembro, mas como o meu radar musical não estava tão apurado assim para descobrir hits novos, acabei por associá-las e não que é ficou uma belezura? Me apeguei muito a essa playlist, assim como a de março, e tenho um carinho especial por cada músquinha que se encontra nela. Cuidem bem dela, tá? Desde já, adianto que temos Dua Lipa, Camila Cabello, IZA, Selena Gomes, Shawn Mendes e muito, mas muito The Vamps — minha mais recente paixão dos últimos meses. Usem e abusem!





pra tagarelar e ver umas imagens bonitas:


Da estante: Minha vida fora de série – 2ª temporada


    
   p.s: a resenha não contém spoilers.


Adivinhem só quem vai fazer resenha pela primeira vez? Isso mesmo, euzinha! Desde de que eu me entendo por gente, sou apaixonada pela leitura. As aulas na biblioteca sempre foram as minhas favoritas. E as publicações sobre livros, uma das mais deliciosas de serem feitas e lidas. Ainda que seja uma paixão de anos para anos, há muito que eu havia perdido o hábito da leitura e vinha sendo um verdadeiro desafio recuperá-lo. Passei por diversos livros (leia-se: quase todos os do meu nicho) até chegar em um que me prendesse, de fato, na leitura. Minha vida fora de série – 2ª temporada fez-me esquecer as horas, perdendo a noção do tempo e me deliciar com uma história outra vez.

Me dei de cara com a escrita da Paula Pimenta, pela primeira vez, por volta dos meus 15-16 anos. Lembro-me até hoje que o meu primeiro livro da autora eu ganhei de uma amiga super querida ainda quando estudávamos juntas no colégio. O exemplar era o segundo livro bestseller da série Fazendo Meu Filme (“Fani na Terra da Rainha”) e li insaciavelmente, seguindo pelos outros três livros. Desde então, pude conhecer a escrita inesquecível da Paula, uma mineirinha de Beagá que mais parece uma princesa nos envolvendo em seus contos de fadas, que cursou Publicidade e estudou Música (sim, você não leu errado!) e, para nossa sorte, decidiu que gostava mesmo era de escrever livros. 


Na trama de MVFS 2ª temporada, acompanhamos, mais uma vez, a saga da vida fora de série da Priscila. Agora, com 16 anos, ela encara questões mais sérias que alguns adolescentes enfrentam: a proximidade do vestibular e os seus anseios e desafios, amizades que parecem sólidas e que de repente se perdem, o aprendizado de um namoro que tem que ser constantemente cuidado para não se desgastar e as dificuldades de manter o amor e a confiança como base de um relacionamento e tantas outras questões e dúvidas de uma jovem da sua idade. Ah! E o legal também é que não acompanhamos apenas a vida da Pri, mas de todos os seus amigos e família, estejam eles em BH ou São Paulo.

O time do livro ocorre desde o aniversário de 15 anos da Priscila ao seu aniversário de 17 anos, perpassando por várias fases da nossa protagonista. Nesta edição da série, a Pri, já mais velha, encara situações que a exigem mais de si, desde os estudos e as atividades extras do colégio, como o Conselho Escolar e o Grêmio, aos desafios de manter as amizades numa fase tão conturbada e intensa, aos obstáculos lidados num relacionamento de anos com o Rô.


A Paula repetiu a fórmula que usou em FMF em MVFS ao dar o ponto de vista da Priscila e, algumas vezes do Rodrigo, tendo capítulos narrados por um dos dois, como também intercalar, entre eles, caixinhas de e-mail enviados entre os personagens, o que, particularmente, eu acho uma sacada muito boa de dar uma quebrada nos longos parágrafos e dinamizar a leitura, de modo a servir também para passagem de tempo. Além disso, fazem parte recadinhos, bilhetes, torpedos de celular e, o meu predileto, playlists da Pri e do Rodrigo ao final de alguns capítulos, sempre marcando uma fase do relacionamento dos dois e o mood daquele momento do personagem.

Minha vida fora de série – 2ª temporada está disponível em todas as livrarias e, pra sua, pra nossa sorte, em promo na Saraiva, no Submarino e nas Americanas, além das outras edições, já publicadas pela Paulinha, como a 3ª temporada e, a mais recente delas, a 4ª temporada, que acaba de sair do forno. Corre pra garantir a sua, hein? <3




pra tagarelar e ver umas imagens bonitas:

Tracklist de n. 03 ao 06 · Março à junho


    
    Leia o post ouvindo a playlist logo abaixo.


Tem sido difícil falar de tudo o que me ocorreu nos últimos meses. Esta é uma das razões pelas quais passei exatos quatro meses sem dar as caras por aqui. O último olá antes do chá de sumiço foi neste post, que, coincidentemente, é a nossa primeira tracklist mensal, prevista para transcorrer a cada dois meses. Ocorreram-me muitas coisas desde então. Passei por uma barra nas esferas pessoal, familiar e acadêmica. Acreditei que não sobreviveria a essa tempestade, mas eu estou aqui. Viva para contar a história. Ainda que me recuperando das feridas que ficaram e tentando assimilar tudo o que aconteceu. Incontáveis vezes abri o rascunho desta publicação e as palavras pareciam sumir da minha mente. Procurava as frases certas para tentar traduzir, em forma de texto, os acontecimentos que ocorreram. Sem sucesso. Desta vez, minha única pretensão é abrir as portas do meu coração e ver o que ele me diz.

Lembro-me bem que estava com a os nervos à flor da pele quando março se iniciou. E havia uma boa razão para isso. Eu estava prestes a entrar na universidade. Aquela que sempre esteve na minha cabeça desde o Ensino Médio. Que eu vivia dizendo que gostaria de estudar durante os cinco anos do curso tão desejado por mim. No dia 02/03, coloquei o pé direito aonde eu desejei estar durante todo o ano passado. Parecia que eu estava vivendo um sonho! Foi um momento muito especial na minha vida. Conheci novas pessoas, fiz amizades, tive uma nova rotina (até hoje ainda não decidi se amava ou odiava) e inúmeros aprendizados. Mas, nem tudo aconteceu como eu esperei.